E continuo a publicar uma outra fotografia que o nosso amigo Joaquim Almeida me enviou. Está relacionada por certo com a pior noite que passei em Angola. Eu e muito provavelmente os cerca de 30 companheiros que me acompanharam no assalto a uma "base inimiga" situada perto do Lué. Tinha ideia de termos trazido cinco crianças, que conseguimos recuperar antes de começarem os tiros e o bombardeamento com o morteiro sessenta, mas só tinha fotografias com quatro... o quinto é a criança que está ao colo da mulher que também recuperámos, juntamente com o marido, que aparecem nesta fotografia. Algo que nunca contei: Já depois de ter decidido quem participaria no "assalto" (4º GC e a secção de GE's) tivemos de atravessar um riacho, sobre o qual se encontrava "deitada" uma árvore que servia de "ponte". Eu que nunca me dei bem com "equilibrismos", quando ia a meio da árvore caí no riacho. O Geremias, que ia à frente com os GE's, virou-se para trás e quase gritou: " Filho da Puta" não faz barulho! (ainda era de noite). Penso que nunca soube que tinha sido o Alferes a dar o trambolhão". "Meu Deus! O que por lá passamos. PORQUÊ? Esta foi a operação em que a formação em Lamego mais me ajudou... mas a troco de quê? De quantos mortos e feridos? Lembro-me do VAZ que, durante a retirada, trouxe sempre às costas, a miúda com a "saia" branca. E depois, quando da recolha, aconteceu e episódio do "Piriquito", que deixei no local de recolha porque se afastou um pouco e adormeceu...
Um abraço a todos os companheiros do 1º e 4ºs Grupos de Combate e da secção de GE's de Nambuangongo, que também participaram nesta operação.
4 comentários:
Ainda bem que colocaste o comentário "em triplicado". Pode ser que assim alguém leia, o que duvido. Já são muito poucos os que continuam a seguir e a participar no blogue, o que lamento. Por certo que haveria imensas coisas "a construir" e a relembrar. Mas como tudo acaba... um dia deixará de haver mensagens e fotografias aqui colocadas e deixará também de existir o ultimo combatente da guerra colonial.
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