domingo, 10 de janeiro de 2010

Luanda hoje vista do Mira Mar


Luanda continua linda, talvez uma das mais lindas cidades africanas... para quem não teve a felicidade de lá voltar, aqui fica uma fotografia panoramica de Luanda vista do Mira Mar, aquele cinema ao ar livre que todos conhecemos.
Nota: Para quem ainda não descobriu, devo referir que quando se "clica" na fotografia ela adquire o tamanho normal. Portanto basta um clique para que as fotografias fiquem "em condições de ver".

sábado, 9 de janeiro de 2010

Histórias vividas em Ambrizete - Parte II


Estavamos em Ambrizete há cerca de quinze dias, quando o resto da companhia, ou eventualmente uma qualquer outra Companhia, se foi juntar ao restante pessoal, ida de Luanda.
Autêntico "maçarico" mas já "armado em guerreiro experiente" que os "quinze dias" de estadia "no mato" propiciara, lá fui a comandar a coluna militar que foi receber os camaradas que se vinham juntar a nós, garantindo a segurança de Freitas Mornas para Ambrizete.
À semelhança com o que nos tinha acontecido a nós, os militares e os seus pertences, eram transportados em camionetas civis. Acontece que uma dessas camionetas, e bastante antes de chegarmos à Mussera, despistou-se, saíu da estrada virando-se.
Foi o primeiro episódio que muito negativamente marcou a passagem do B. Caç. 3869 por Angola, já que nesse dia tivemos a primeira das poucas "Baixas" que tivemos durante toda a comissão. Um soldado acabou por falecer no acidente. Foi a primeira vez que tivemos de actuar em situações melindrosas: A evacuação que teve de ser feita, as comunicações que felizmente funcionaram e o apoio médico que teve de ser prestado aos feridos...
Como o estado da viatura não permitiu que fosse rebocada, lá ficamos durante o resto do dia e toda a noite a fazer a seguração à dita viatura. Lembro-me que até trincheiras cavamos para a eventualidade de qualquer acção do inimigo. Foi a primeira noite que passamos fora do quartel e tenho a certeza que nenhum de nós dormiu fosse o que fosse. Era assim de início, extremamente cautelosos, cumprindo todas aquelas regras que nos haviam ensinado durante a recruta. Uns meses depois, quando em operações, embora escaladas, nem sequer sentinelas havia durante a noite, já que umas horas depois de anoitecer, já todos (ou quase) dormiamos a bom dormir e só acordavamos quando as hienas se aproximavam demasiadamente fazendo aquele som característico, muito parecido com o choro de uma criança.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Histórias vividas em Ambrizete - Parte I


Ambrizete era uma povoação bastante agradável. Uma praia óptima, um restaurante onde se comia lindamente (penso que se chamava "Brinca na Areia") situado mesmo à beirinha da praia e mulheres lindas embora nem sempre fosse fácil conseguir a sua confiança. E até tinha cinema...
A C. Caç.3482 estava localizada na chamada Missão à saida da povoação. No centro da mesma ficava a CCS, Companhia de Comando e Serviços.
Os oficiais da CCS dormiam numa vivenda ajardinada situada entre a povoção e a dita "Missão" onde trabalhava um jardineiro nativo de Ambrizete e que tomava conta do jardim e guardava a casa.
Contavam-se histórias de confraternizações feitas na dita vivenda, entre os ditos oficiais e a população feminina (nativa) de Ambrizete.
Dois dos militares da C. CAÇ. 3482 curiosos(a inveja é terrível...) sobre as tais ditas festas, lá foram ter com o dito jardineiro com a esperança que alguma coisa se pudesse arranjar também para eles...O tal Sr. logo se prontificou em "convocar" duas jovens para o dia seguinte pela manhã. Pelas dez horas lá apareceram os dois e as tais ditas jovens, não tão jovens quanto desejariam (mas a ocasião não proporcionava alternativas...), já lá estavam à espera.
O dito jardineiro lá desenrascou dois quartos: Um pertencente a um Tenente chefe da secretaria e o outro pertencente a um Alferes ranger de formação e beirão de gema.
Lá foi cada um para o "seu" quarto com a respectiva companheira. Um deles, mais despachado, aviou "a coisa" mais rapidamente e depois de alguns minutos à espera do companheiro que nunca mais aparecia e já farto de esperar, dirigiu-se para o quarto do Tenente onde o companheiro estava com a outra jovem, esquecendo-se de bater à porta, que abriu de rompante. Viu o companheiro na posição horizonantal muito naturalmente deliciado com a textura da pele da dita jovem (o que provavelmente já não fazia há meses...)e disse para ele: "Já estou pronto e vou andando". "Vem cá ter".
Nunca conseguiu saber se o dito companheiro terá conseguido concretizar "a função". Lembrou-se depois, do que terá passado pela cabeça do companheiro quando sentiu abrir a porta... certamente que pela mente lhe terá passado a imagem do dito Tenente, alto e espadaúdo, que por certo não deveria achar piada nenhuma que lhe ocupassem tão selvaticamente a sua "fofa e confortável caminha".
Nunca souberam se esses dois camaradas acharam um excessivo cheiro "a cantinga" no quarto quando nessa noite se deitaram.... Bem hajam ... uns anitos depois...