quarta-feira, 8 de julho de 2009

Chegada ao Quixico


Uma vez mais gentimente fornecida por um ex-camarada da C. Caç. 3387, aqui fica para a posteridade uma fotografia retratando a nossa chegada ao Quixico.
Infelizmente nenhum de nós se reconhecerá nesta fotografia e ainda bém, já que por certo deixaria transparecer a apreensão que na altura representou, a chegada a uma zona de muito maior perigosidade do que Ambrizete.
Digo nenhum de nós, mas não estou a dizer a verdade.... se repararem bem, num dos carros podem ver a Plucha, a tal dita cadela que nos acompanhou durante uma grande parte da Comissão. Porque se trata de uma história que ficará para sempre gravada na minha memória, não vou deixar de a contar uma vez mais:

Quando chegamos a Ambrizete, "os velhinhos" que veneravamos como quase deuses, chegaram-se a mim e propuseram-me a "cedência" da Plucha a troco de uma grade de cervejas. Claro que não a poderiam levar consigo pelo que a troca era um pouco "desigual". Lá paguei a grade de cervejas e o pessoal do 1º Grupo de Combate, com especial dedicação do Cruz, adoptou a cadela como sua. Passou a acompanhar-nos em diversas operações e era uma óptima caçadora a fazer lembrar os óptimos cães de caça que havia deixado na Beira Alta.

Lembro-me de num dia, nas praias da Musserra, a Plucha ter dado com um veado no meio dos espinheiros. Não mais o largou e durante a perseguição, em determinada altura passa-me de relance qualquer coisa amarelada pela frente. Pensando ser o veado, lá disparei os dois tiros rápidos da ordem. Contrariamente ao que era habitual e, felizmente, falhei. É que não era o veado mas sim a Plucha que não mais parou enquanto não matamos o dito, o que penso ter sido feito pelo Ávila.
Infelizmente a Plucha não nos acompanhou durante toda a comissão já que faleceu de doença antes de partirmos para Pereira D' Eça. Foi um dos momentos tristes da nossa passagem por Angola....