Eu tenho estado a escrever
alguma memórias da minha guerra, baseado em textos e comentários que fui
fazendo ao longo do tempo na página do meu batalhão no Facebook. Não
tenciono publicá-las, pois não tenho veleidades de escritor, pretendendo
apenas assentar ideias e recordações sobre o que fiz e sobre o que não
fiz, mas deveria ter feito. Procurei ser tão rigoroso quanto possível em
todos os pormenores. Foi neste contexto que procurei saber que coisa,
afinal, é que eu tinha visto lá do alto, no decurso daquela que foi a
operação mais arriscada de todas as que eu fiz na minha comissão.
No
que diz respeito a esta fotografia, assim que eu assomei à clareira lá
no alto, assinalada com a seta, e olhei cá para baixo, pensei:
«Quipedro! Ali está Quipedro!» Mas logo reparei que não deveria ser
Quipedro, pois o que eu via não tinha dimensões para albergar uma
companhia. Conclui então que o que eu tinha diante dos meus olhos
deveria ser uma fazenda. Senti um arrepio na coluna, pensando no perigo
que aquela fazenda corria tendo a UPA/FNLA ali tão perto, e continuei a
operação.
Recentemente, no âmbito do texto que eu resolvi
escrever sobre a operação referida acima, procurei esclarecer-me sobre o
que é que eu realmente tinha visto lá do alto. Um antigo militar que
tinha estado em Quipedro respondeu-me, via Facebook, que eu tinha visto o
destacamento do Lué. Mas não fez referência nenhuma à fazenda. Com base
nesta informação, fiz mais algumas pesquisas com o Google, até que vim
parar a este vosso blog. Ao mesmo tempo, procurei encontrar imagens que
me mostrassem o Lué, para eu poder confirmar se tinha sido mesmo o Lué
que eu tinha visto lá do alto. O Google indicou-me uma página que
continha esta imagem (sem a seta) mas, quando tentei aceder a essa
página, obtive uma mensagem de erro dizendo-me que a página não existia
ou coisa parecida. Lembrei-me então de que há em Washington uma
instituição que mantém um arquivo contendo milhões de páginas antigas da
internet, ao qual se acede através de um site chamado Wayback Machine.
Encontrei lá esta imagem (sem a seta). Tudo se me esclareceu. O que eu
vi lá de cima foi a fazenda Lué e não o destacamento, porque a vegetação
o tapava. Eu tinha mesmo visto uma fazenda.
Hoje mesmo, com
espanto meu, descubro que a página original onde estava esta imagem (sem
a seta) continua afinal ativa na Internet! Não há necessidade de
recorrer à Wayback Machine. Talvez o servidor da página estivesse em
baixo quando eu tentei aceder a ela, não sei. Enfim, não importa. O que
importa é que, se quiseres aceder a esta fotografia (sem a seta) e a
outras imagens do Lué, Quixico e outras localidades, vai ao endereço http://prof2000.pt/users/secjeste/arkidigi/ e seleciona a letra inicial da localidade pretendida.
Um abraço
Fernando de Sousa Ribeiro, ex alferes miliciano da C.Caç. 3535 do B.Caç. 3880
Eu tenho estado a escrever alguma memórias da minha guerra, baseado em textos e comentários que fui fazendo ao longo do tempo na página do meu batalhão no Facebook. Não tenciono publicá-las, pois não tenho veleidades de escritor, pretendendo apenas assentar ideias e recordações sobre o que fiz e sobre o que não fiz, mas deveria ter feito. Procurei ser tão rigoroso quanto possível em todos os pormenores. Foi neste contexto que procurei saber que coisa, afinal, é que eu tinha visto lá do alto, no decurso daquela que foi a operação mais arriscada de todas as que eu fiz na minha comissão.
No que diz respeito a esta fotografia, assim que eu assomei à clareira lá no alto, assinalada com a seta, e olhei cá para baixo, pensei: «Quipedro! Ali está Quipedro!» Mas logo reparei que não deveria ser Quipedro, pois o que eu via não tinha dimensões para albergar uma companhia. Conclui então que o que eu tinha diante dos meus olhos deveria ser uma fazenda. Senti um arrepio na coluna, pensando no perigo que aquela fazenda corria tendo a UPA/FNLA ali tão perto, e continuei a operação.
Recentemente, no âmbito do texto que eu resolvi escrever sobre a operação referida acima, procurei esclarecer-me sobre o que é que eu realmente tinha visto lá do alto. Um antigo militar que tinha estado em Quipedro respondeu-me, via Facebook, que eu tinha visto o destacamento do Lué. Mas não fez referência nenhuma à fazenda. Com base nesta informação, fiz mais algumas pesquisas com o Google, até que vim parar a este vosso blog. Ao mesmo tempo, procurei encontrar imagens que me mostrassem o Lué, para eu poder confirmar se tinha sido mesmo o Lué que eu tinha visto lá do alto. O Google indicou-me uma página que continha esta imagem (sem a seta) mas, quando tentei aceder a essa página, obtive uma mensagem de erro dizendo-me que a página não existia ou coisa parecida. Lembrei-me então de que há em Washington uma instituição que mantém um arquivo contendo milhões de páginas antigas da internet, ao qual se acede através de um site chamado Wayback Machine. Encontrei lá esta imagem (sem a seta). Tudo se me esclareceu. O que eu vi lá de cima foi a fazenda Lué e não o destacamento, porque a vegetação o tapava. Eu tinha mesmo visto uma fazenda.
Hoje mesmo, com espanto meu, descubro que a página original onde estava esta imagem (sem a seta) continua afinal ativa na Internet! Não há necessidade de recorrer à Wayback Machine. Talvez o servidor da página estivesse em baixo quando eu tentei aceder a ela, não sei. Enfim, não importa. O que importa é que, se quiseres aceder a esta fotografia (sem a seta) e a outras imagens do Lué, Quixico e outras localidades, vai ao endereço http://prof2000.pt/users/secjeste/arkidigi/ e seleciona a letra inicial da localidade pretendida.
Um abraço
Fernando de Sousa Ribeiro,
ex alferes miliciano da C.Caç. 3535 do B.Caç. 3880
P.S. - A Wayback Machine é um espetáculo! Só este vosso blog foi arquivado nela nove vezes! O arquivamento mais recente ocorreu em 25 de junho passado. A página de entrada na Wayback Machine tem o endereço https://web.archive.org/ e o arquivo deste vosso blog está em https://web.archive.org/web/*/http://c-cac-3482.blogspot.com/.
Vou pesquisar.
Aproveito para te desejar, a ti e atodos os teus, um Santo Natal e im ótimo 2018.
JA