sábado, 5 de dezembro de 2009

Chiede - Patrulhamentos pela Angola Profunda






No Chiede não havia guerra. A actividade militar limitava-se à acção psico-social junto das populações nativas, à prestação de cuidados médicos às populações do interior e, de quando em vez, a um ou outro patrulhamento que normalmente duravam dois ou três dias e durante os quais chegavamos a penetrar duzentos ou trezentos Km pela "Angola Profunda".
Nesses patrulhamentos podiam acontecer as coisas mais inesperadas, desde "darmos de caras" com uma qualquer beldade nativa, normalmente sem qualquer vestuário na parte superior do corpo, com manadas de cavalos de uma qualquer raça, mas com aspecto óptimo, como a fotografia que anexo comprova.
Lembro-me que uma vez encontramos um grupo de bosquímanes que deambulavam pela mata num grupo relativamente numeroso. Ainda hoje lamento não ter feito um esforço adicional para tentar "dialogar" com eles. Lembro-me que a forma de se expressarem era através de "estalidos" num som gutural que faziam com a língua e a garganta. Gostria de facto de ter entabulado qualquer tipo de conversação com eles mas, mais ainda, lamento não os ter fotografado. As crianças e as jovens, semi-nuas, eram extremamente lindas com uma cor de pele perfeitamente clara, semelhante à da raça mongol. Os olhos aprsentavam sinais semelhantes aos de qualquer raça oriental. Teremos sido, talvez, os primeiros brancos que eles terão visto. Ainda hoje me pergunto como terão ido parar áquelas paragens? Será que conseguiram sobreviver à guerra que após a nossa saída desvastou o sul de Angola? Será que continuam a deambular pelas matas da savana africana?
Numa das fotografias que apresento reconhecem-se o Moreira, 1º Cabo especialista em armas pesadas e que virou cozinheiro, o famoso Gregório condutor que adorava uma cucas fresquinhas e o furriel Almeida.

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