Era assim que dormiamos durante as operações: Pano de tenda por baixo a servir de colchão e o poncho ou cartucheiras a servir de travesseira. As calças introduzidas nas botas para evitar a "bicharada" e assim se passavam as noites. Por cima as copas das árvores ou o céu estrelado. Obviamente a G3 sempre ao lado, não fosse o "diabo" tecê-las...
Como se vê por esta fotografia havia sempre alguém mais precavido que levava a almofada...
Lembro-me de uma operação que fizemos junto do rio M'bridge. Ao cair da noite e vendo um espaço extremamente limpo quase feito de propósito para acampar, decidi mesmo pernoitar aí. No dia seguinte acordei com as partes "fracas" infestadas de carraças. Passei quase uma hora a libertar-me delas e vários dias a pensar na respectiva "febre" que esperava que aparecesse.
Tratava-se do lugar, como o "guia" depois esclareceu, muito provavelmente utilizado por elefantes para descansar... mas se servia para os elefantes, porque razão não haveria de servir para nós?
E havia tambem as "matacanhas" que se introduziam nos pés criando "bolsas" onde se reproduziam e que tinham de ser retiradas sem rebentar... felizmente só me aconteceu uma vez e também felizmente, os militares angolanos que a partir de determinada fase da guerra passaram a ser incorporados juntamente com os camaradas da "metrópole", eram especialistas em as retirar.
1 comentário:
Cá por mim, não necessitava de levar almofada. O pão era óptimo para o efeito. As rações de combate eram sempre complementadas com um pão (um casqueiro, mais precisamente) por dia. No último dia a almofada já era um pouco menor, mas dava para desenrascar...
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