domingo, 26 de abril de 2015

25 de Abril

E lá passou mais um 25 de Abril... Ainda me recordo de, no Chiede, irmos acompanhando o que se passava em Lisboa, com sentimentos talvez um pouco contraditórios. Por um lado pensando que, provavelmente tudo o que se passava iria atrasar o nosso regresso a casa e muito provavelmente iria provocar que aqueles dois anos de serviço militar em Angola, teriam sido inúteis face à mais que provável independência que se seguiria à vitória da Revolução e, por outro, saber que ao nosso país poderiam estar a abrir-se novas portas, que nos levariam à vida em democracia e ao rompimento com o nosso isolamento em relação ao resto do mundo. Passaram-se 41 e um anos e por vezes olho com tristeza para a nossa situação económica e social e lamento que uma vez mais, continuemos na cauda da Europa e tenhamos sido ultrapassados, na generalidade dos indicadores que refletem o nível de desenvolvimento, atrás de quase todos os países de leste que mais recentemente aderira à União Europeia. É com tristeza que leio relatórios que nos colocam nessa mesma posição em termos de risco de pobreza. Porquê a razão de tudo isto? O que falhou? Não foi certamente por nossa causa, quer sejamos reformados ou trabalhadores ativos que isso aconteceu. Por certo que não fomos nós que andamos a viver acima das nossas possibilidades e também não é por culpa de quem trabalha, que a nossa produtividade é a que é, e, quem duvida, que veja a produtividade dos nossos emigrantes, que cada vez são mais, ou o que se passa em empresas multinacionais geridas por empresários que sabem o que estão a fazer. Também não foi por nossa culpa que se destruíram setores essenciais da nosso economia, como sejam a agricultura e as pescas para não falar na indústria. Parece ser a nossa sina... uns cometem os erros e aproveitam-se da sua posição e depois há os que pagam a crise. Certamente que não foi para isto que os nossos camaradas na altura, fizeram a "Revolução". Mas cada um tem o que merece e nós temos os políticos que merecemos e que nos conduziram a isto. Sinceramente não gostei da forma como foi celebrado mais um ano de vida em liberdade, excluindo disso a "marcha" pela Avenida da Liberdade. Aqueles discursos na AR pouco ou nada acrescentaram. O nosso PR poderia ter-se despedido com um pouco mais de dignidade e assumir-se, pelo menos na fase final dos seus mandatos, como o Presidente de todos os portugueses. Mas não, preferiu a colagem às políticas que têm vindo a ser seguidas e que, espero, deixem de o ser. Como a esperança é a última coisa a morrer, vamos ter fé e esperar que, por fim, as políticas a prosseguir, o sejam no sentido do bem estar de todos nós. Isto para que, de fato, se cumpra o 25 de Abril de 1974. J.A.

2 comentários:

Antonio S. Leitão. disse...

Prezado Amigo, Estimado irmao de luta; (posso chamar-lhe assim?)
E realmente confrangedor o que se passa no pais; nao saímos da cepa torta. quer a minha opinião? Tivemos uma ditadura fascista, temos uma ditadura democrática: eles interpretam o voto como um cheque em branco que lhes da o direito de dispor dos poucos recursos disponíveis a seu bel-prazer; e tudo para eles e os amigos. Abril devia dotar-nos de uma classe política que em caso de crise governasse como bom chefe de família e começasse ela a "apertar o cinto", mas ela suga-nos para dar o biberão aos amigos. Um G.abraço.

Jose Ferreira Abrantes disse...

Abraço.
Acabaremos por vencer... é preciso é que não desistamos.
E pode chamar-me como melhor achar.
JA