segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


Só não se lembra do Destacamento do LUÉ quem nunca por lá passou.
Ao menos havia água com fartura. A mangueira abastecedora estava aberta 24 sobre 24 horas.
- A menos que..., bom , a menos que uma bala maluca, disparada pelo não menos... (bom rapaz o Sequeira), enquanto experimentava a Breda (ou seria HK21, já não me lembro) instalada no Posto de Sentinela, se encarregasse de atingir o tubo, lá em baixo, mesmo junta à ponte (que era a razão de ser da nossa permanência naquele inimaginável local - linda que era a iluminação periférica! - ), provocando, acto contínuo, a cessação do abastecimento. Assim mesmo, sem qualquer espécie de pré-aviso. Muito pior que qualquer mau Serviço Municipalizado (que não existem, como sabemos; só há bons), abruptamente, sem dó nem piedade!
Depois, foi o c.... Toca a ir buscar água de Unimog. Se é certo que o rio era mesmo ali, não é menos certo que o acesso era relativamente íngreme, escorregadio e, depois, sempre havia de se ter algum cuidado, não fosse o in tecê-las.
Repor a coisa a funcionar revelou-se mais difícil (e moroso) do que a nossa ansiedade exigia... Mas os tempos da abundância (de água), acabaram por chegar.
Pois bem, o 4º grupo da nossa C.Caç 3482 passou aqui, nestas instalações, com livre acesso a todas as estrêlas (quais cinco, quais carapuça; milhões...), o seu NATAL de 1972!
Foi há 36 anos. Mas digam lá Costa (que Deus te tenha em seu regaço), Antunes (mantém-te em forma), Carneiro (que é feito de ti?) e demais rapaziada do 4º Grupo de Combate, não perece que foi ontem?...
Pois parece. Aquilo que marca, fundo, está sempre presente, é sempre actual e só se apaga quando nos apagarmos...
Já agora, aproveitando a Quadra, aqui deixo os meus votos natalícios. Desta vez, não necessitamos de flagelar os nossos arredores, com o Morteiro 60 - um abraço ao Vale Câmara (nunca mais apereceste!...) - O quer que possa perturbar a nossa actual consoada não se resolve à morteirada!
Um abraço ornamentado de azevinho recheado de luzinhas (a fazer lembrar as estrelas do Lué) do Oliveira, ex Alf. Mil.

1 comentário:

Ranger disse...

Aqui tomei os melhores banhos da minha vida. Primeiro através da mangueira que recolhia a água fresquíssima e pura no meio da colina e que depois "desaguava" com um caudal enorme junto ao quartel e depois "na piscina" construída pelo 2ºGrupo de Combate.
O Lué seria talvez o pior destacamento de toda a Angola,situado num "buraco" autêntico, praticamente indefensável,junto a uma ponte, que era suposto defender.
Quem, alguém que por lá tenha passado, pode esquecer o sistema de iluminação do perímetro do acampamento e que era constituído por latas de gasóleo com uma mecha que todos os dias acendíamos ao anoitecer?
Quem ainda se lembra daquele dia em que o "Piriquito" ao acender esses candieiros improvisados pegou fogo à própria roupa e sofreu queimaduras enormes?
E das noites extremamente silienciosas e escuras como o breu?
Felizmente nunca sofremos ali qualquer ataque, porque se acontecesse a defesa seria extremamente difícil, apesar do morteiro 81 mmm de que dispunhamos e da torre de vigia com a HK 21.