sábado, 12 de dezembro de 2009

Chiede - O quartel






Fomos para o Chiede numa altura em que se começou a falar que a guerrilha poderia "eclodir" de um momento para o outro no Sul de Angola. Não havia ainda instalações definitivas. Meia dúzia de pre-fabricados e umas tendas de lona, quentíssimas durante o dia e geladas durante a noite. Casas de banho não havia. Cavavamos umas latrinas e era assim que faziamos as nossas necessidades.
Quem se lembra deste velhinho (já me não lembro do nome...) que nós alimentavamos e que passava os seus dias em redor do quartel?
A "messe" de oficiais e de Sargentos era uma palhota com duas ou três mesas onde tomavamos as refeiçõs e obviamente fazíamos as nossas partidinhas de bridge e de xadrez.
O primeiro cabo Correia até aprendeu a cavalgar, à falta de cavalo num burro que existia por lá...
E claro, o campo de futebol não podia faltar.....

6 comentários:

Rui Moio disse...

Chiéde
No primeiro quartel do século passado o meu avó materno esteve no Chiéde e lá viveram com ele, durante meses ou mesmo anos, a minha avó, a minha mãe e vários irmãos dela, meus tios. O meu avô era oficial militar e, segundo creio, já havia na área um quartel e cómodos para os militares.
Conta-se aqui que não havia quartel no Chiéde. Ora, alguém que tenha estado no Chiéde lembra-se de local onde se situava este quartel antigo? haveria ali ruínas de casas antigas? Como era a vila no vosso tempo?

Parabéns pelo blogue. Blogues destes fazem-nos muita falta e faço votos que continuem a mostrar-nos coisas de Angola e da guerra no Ultramar.

José Abrantes disse...

Caro Rui,
O Chiede que nós conhecemos praticamente que não tinha população "brança". Lembro-me que havia lá uma loja pertencente a um Sr. português e tambem uma escola. Lembro-me tambem do responsável "administrativo" e da sua esposa, por sinal uma Senhora muito amável e bastante linda.
Ao falar em ruínas, recordo-me que próximo do quartel que ocupavamos exitia um edifício com várias divisões e que alguns militares utilizavam para aí se encontrarem com as suas "namoradas". Sempre pensei tratar-se de um espaço no passado ocupado por missionários. Agora que refere a existência de um quartel, admito que o tenha sido.
Eu, pessoalmente, não me lembro de ouvir qualquer referência a que esse espaço o tivesse sido.
Voltarei a este assunto logo que tenha possibilidade de falar com outros colegas que também lá estiveram e que poderão ter mais informações sobre o assunto .
Entretanto vou pesquizsr um pouco mais as minhas fotografias e se tiver algo que lhe possa interessar, terei todo o prazer em lhas fazer chegar de preferência por via informática.
Obrigado pelos comentários e continue a visitar o blogue. É isso que nos anima a continuar.
J.A.

Rui Moio disse...

Olá Ranger

O meu muito obrigado pela sua amável e útil resposta.
Vou ver se a minha mãe consegue lembrar-se de mais alguma coisa do tempo em que viveu com os pais dela (meus avós) no Chiéde.

José Abrantes disse...

Caro Rui,
Veja as fotografias que publico no texto "As mulheres do Sul... Se reparar em duas das fotografias Vê-se atrás dos fotografados, um alpendre. Ele pertencia ao edifício que penso ser o quartel a que se refere.
Lembrei-me depois que instalamos lá a "secretaria". Ora isso só seria possível se o edifício pertencesse "ao Estado". Por conseguinte, por certo que era esse edifício o quartel que refere.
Havia uma outra "vivenda" com primeiro andar e de boa construção, situada um pouco para o interior mas não muito distante deste edifício. Nos tempos que refere terá sido um edifío de referência. No nosso tempo estava abandonado e obviamente sem condições de habitabilidade.

José Abrantes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Na primeira foto, ao fundo sobre o lado esquerdo, aonde se vê uma especi de um muro, se a memória não me falha, era o forno da padaria.
No Quixico comia-se bom pão, embora o padeiro fosse o mesmo, o pão no Chiede, não valia nada, cheguei à conclusão que era do forno (muro que se vê)a aboboda do forno era de chapa de zinco daquelas que usavam como manilhas, um certo dia o forno expludio (foi com intenção, hoje pode-se dizer)Foi a partir daí que começamos a ir buscar o pão todos os dias a Pereira de Eça
O padeiro C.C.3387